No fundo não passou de um sonho
7/24/2013 01:07:00 da tarde
Eram
24:00h e estava muito frio nessa noite, mas o bom disso é que estava a chegar a
casa e podia-me sentar no sofá no quentinho da lareira. Já á porta de casa
ouvia uns barulhos estranhos, uma espécie de rezas, como se estivessem a
decorrer rituais. Fiquei assustada, o que se estaria a passar em minha casa?
Será que os meus pais fazem parte de uma ceita e eu não sabia? O medo começava
a tomar conta do meu corpo mas ao mesmo tempo queria descobrir o que se passava,
então entrei. Os barulhos vinham do segundo andar, então, subia as escadas
devagar, estava uma porta semi-aberta e pus-me a espreitar. Fiquei completamente
apavorada com o que estava a presenciar, o meu corpo começou a tremer, o meu
ritmo cardíaco era capaz de se ouvir do outro lado da rua de tão acelerado que
estava, os meus olhos não queriam crer no que estava ali a acontecer. Eu
acabara de ver os meus pais a matar pessoas que aparentemente pareciam
inofensivas, o quarto deles fora transformado numa espécie de matadouro, nas
paredes tinham faixas com um símbolo esquisito, uma caveira desenhada na porta,
e pelo chão sangue derramado e ossos espalhados. O quarto estava cheio de gente
que não conhecia de lado nenhum, faziam uma roda em volta de uma pessoa, alguém
se aproximava e fazia uma cruz na testa enquanto outra lia umas rezas estranhas
e pavorosas. Depois disso o meu pai chegava-se á frente, apontada uma espada ao
peito da pessoa, estava-a, cortava o corpo aos pedaços, e bebia o sangue. Eu
não aguentava mais ver aquilo, só pensava ir pedir ajuda a alguém, mas quem
iria acreditar em tal coisa? De certeza que me iriam achar louca. Mesmo assim
desci as escadas lentamente para ninguém me ouvir, comecei a ouvir passos,
olhei para todo o lado mas não vi ninguém e continuei a descer. Estava quase a
chegar á porta e ouvi uma voz que me disse: “pensavas que vias estas coisas e
sais impune?” Paralisei por completo, o meu mundo tinha acabado pensava eu.
Senti um cheiro muito forte mas não tive tempo de o identificar pois cai para o
lado. Quando acordei estava eu ali no meio da tal roda, estavam prontos para me
matar. Pensei: “seriam os meus pais capazes de matar a própria filha?” Eu
gritava desalmadamente, tentava me libertar mas estava fraca e não consegui.
Fizeram-me a cruz na cabeça e o meu pai vinha em direcção a mim com a espada
pronto para me matar. Eu cada vez gritava mais para ver se alguém me ouvia do
lado da rua, mas aquela hora devia estar tudo a dormir. O meu pai levantou a
espada, apontou-a em direcção a mim. “NÃO! PÁRA!”- Disse eu. Nesse instante
senti uma ligeira festa na cabeça e alguém a dizer: “acorda, acorda”. Eu dei um
salto, quando reparei era a minha mãe. Olhei em volta e percebi que no fundo
tudo não tinha passado de um sonho.
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